É melhor definhar-me na obscuridade enquanto
artistas precoces e talentosos brilham à minha volta e, assim como Salieri, eu
falo para todos os medíocres do mundo, que lhe tomei o lugar de campeão. E, deste
modo, reconheço que não sou nenhum gênio e, mais uma vez como Salieri, eu
grito, viva a mediocridade!, pois acredito que assim os deuses, satisfeitos,
não me perturbarão mais, e, mil vezes mil, continuarei bradando, viva a mediocridade!
*Salieri,
compositor clássico e sacro do século XVIII, que se revoltou contra Deus por
não lhe ter dado o talento que aflorava em Mozart, o qual, mundanamente,
espalhava, por todas as cortes, a sua genealidade.
Anibal.
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