segunda-feira, 25 de julho de 2016

BESLAN -- A ROTA TERMINAL / anibal werneck de freitas



O que me deixa bastante chateado é que muitos não se preocupam, pelo menos, em compartilhar com a dor alheia. Certa vez, uma conceituada pessoa de minha terra, me disse que parou de ler jornais e revistas, devido às inúmeras notícias ruins que estavam incomodando o seu bem viver. Ora, a compaixão pelo próximo é o mínimo que podemos fazer. Mas existe muita gente assim, que não está nem aí para os menos afortunados. Existem pais que não deixam os filhos passarem por ruas onde a pobreza está exposta como uma ferida. Eu creio que o mundo seria bem melhor se a compaixão fosse comum a todo ser humano. As pessoas se esquecem que amanhã podemos ser vítimas deste mundo cruel que nos rodeia. Quando fiz a música, BESLAN, alguém chegou pra mim e disse, Anibal, esta música é muito triste, faça algo que nos traz alegria. Eu virei pra ela e disse ter muita música falando de coisas boas, todavia, eu não podia me calar diante da chacina na escola de Beslan, onde muita criança morreu, enquanto os sequestradores trocavam tiros com a polícia russa, já parou pra pensar se você fosse um dos pais que perderam seus filhos, naquele famigerado dia?. Pois é, não podemos ficar alheios às coisas horrendas que estão acontecendo com os nossos
semelhantes.
anibal werneck de freitas.

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